Mil e 259 hectares, dos quais 859 cultivados de milho e 200 de soja, estão a ser fustigados pela seca na Fazenda Pungo-Andongo, município de Cacuso, comprometendo a colheita inicialmente prevista no projecto.
A fazenda, entregue à gestão privada no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV), pretendia colher, a partir de Março, perto de quatro mil toneladas de milho e 400 de soja, mas, devido à fraca precipitação e à praga que afecta a plantação do milho, prevê-se apenas uma produção de 30 por cento do que se ambicionava.
A informação foi dada hoje, quarta-feira, à imprensa, pelo director-geral da Fazenda Pungo-Andongo, Fernando Hoffmann, à margem da visita de técnicos do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), no quadro do acompanhamento do estado operacional dos projectos alienados.
O responsável fez saber que, desde Dezembro que se deu o início à plantação, os níveis de chuva têm sido baixos, pelo que o quadro não será alterado mesmo que chova nos próximos dias.
Segundo Fernando Hoffmann, em função da instabilidade do clima da região, ponderaram não plantar outras áreas preparadas para a segunda época da presente campanha agrícola.
Entretanto, para evitar perdas nas próximas épocas agrícolas, disse estar em curso a construção de uma barragem, ao que se seguirá a instalação de pivôs de irrigação numa área de mil e 588 hectares.
A fazenda, que está há dois anos sob gestão da Empresa PRUMO, está instalada numa área de 33 mil hectares, já investiu 12 milhões de dólares norte-americanos e garantiu 80 postos de trabalho directos.
A sua produção está voltada para a transformação em ração animal, fuba de milho e óleo de soja, sendo que, para o efeito, está em curso a recuperação das unidades fabris instaladas na fazenda.
O chefe de Departamento de Privatizações do IGAPE, João Sionguele, disse que vão traçar mecanismos com os gestores do projecto, para se ultrapassar as dificuldades constatadas e garantir o cumprimento das obrigações contratuais e dinamizar a produção.
Salientou que as visitas aos projectos alienados visam, essencialmente, constatar o nível operacional dos mesmos e identificar constrangimentos, com vista a assegurar a produção de bens e serviços à população.
Apesar dos obstáculos registados, mostrou-se satisfeito com o trabalho já realizado até ao momento, sobretudo no capítulo da empregabilidade.
Questionado sobre o ponto de situação do PROPRIV a nível do país, o responsável fez saber que dos 92 activos já privatizados, alguns estão a relançar satisfatoriamente as suas actividades, reconhecendo que ainda há trabalhos por se fazer junto dos gestores para que as unidades em causa atinjam o seu potencial instalado.
Lançado em 2019, o Programa de Privatizações visa, entre outros objectivos, reduzir a intervenção do Estado na economia e consequentemente promover o fomento empresarial.
A visita dos técnicos do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado prossegue na quinta-feira, na Fazenda Quizenga. ACC