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Durante o ano de 2021, Angola registrou despesas com importação de produtos pecuários superiores a 441 milhões de dólares, enquanto a compra de derivados de aves fora do país representou 54% do total de importações, com um total de 238,40 milhões de dólares. Ainda no período em referência, foram importadas 324,7 mil toneladas, das quais 235,9 mil toneladas de aves, 66,6 mil de suínos e 22,2 mil toneladas de bovinos.
Estes dados foram apresentados num documento denominado “Plano Nacional de Fomento e Desenvolvimento da Pecuária (PLANAPECUÁRIA)”. Neste mesmo documento o Governo angolano promete reverter o quadro por via de uma “estratégia de fomento da produção pecuária”. Com essa estratégia, o Executivo pretende aumentar a contribuição da produção pecuária nacional para a satisfação das necessidades de consumo interno, exportações e do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
A referida estratégia, que faz parte do Plano Nacional de Fomento e Desenvolvimento da Pecuária, é coordenado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, e foi aprovado através do Decreto Presidencial n° 13/23 de 6 de Janeiro. A mesma enquadra-se no conjunto de medidas políticas estratégicas do Governo, para fomentar e desenvolver a produção de carne (bovina, caprina, ovina e aves), leite e ovos.
Para o período de 2023 a 2025, o plano possui nove objectivos, destacando-se, entre outros, a atracção do investimento privado ao longo das cadeias de valor da produção de carne e outros produtos pecuários, bem como fomentar a instalação de matadouros, casas legais de abate e de processamento, furos de água, centros logísticos e de frio.
A aquisição de máquinas pesadas e ligeiras e camiões tecnológicos (transporte de gado e carcaças), o incremento dos níveis de produção e de produtividade, acelerando a substituição racional das importações e promover as exportações para mercados específicos, fazem, igualmente, parte do plano.
Pretende-se, ainda, garantir financiamentos a produtores, preferencialmente, organizados em cooperativas, no sentido de empoderá-los.
O Governo definiu o subsector da pecuária como uma das grandes linhas prioritárias para combate à fome, redução da pobreza e promoção do desenvolvimento social e económico do país
No quadro das políticas e estratégias para o próximo quinquénio, o Governo definiu o subsector da pecuária como uma das grandes linhas prioritárias para o combate à fome, redução da pobreza e promoção do desenvolvimento social e económico do país.
Com a execução desse plano, o Governo perspectiva o aumento da produção de carne, sendo que a bovina passará de 62,1 mil toneladas para 109,4 mil toneladas, a suína de nove mil para 123,4 mil toneladas, a caprina/ovina de 157,1 para 310,1 mil toneladas e as aves de 36,3 mil para 244,3 mil toneladas.
Em relação aos produtos pecuários, o plano prevê o aumento da produção de ovos, que passará de 1.786 milhões para 3.164 milhões e a de leite, de 5.6 milhões de litros para 16,7 milhões.