Criada a 11 de Novembro de 1976, nos termos dos artigos 8.º e 30.º da Lei Constitucional – o Kwanza (Kz), nome escolhido pelo fundador da nação angolana Dr. António Agostinho Neto, em homenagem ao Rio Kwanza que atravessa quase todo o país, entrou em circulação um ano depois da sua criação.
Na altura, foram emitidas notas de valor facial de Kz 20, Kz 50, Kz 100, Kz 500 e Kz 1000, e moedas no valor de Kz 1, Kz 2, Kz 5 e Kz 10.
Entre 1977 e 1990, a moeda circula apenas com a designação “Kwanza”, porém, as vicissitudes económicas, próprias de um país que acabava de sair de uma colonização secular e não industrializado, levaram a que o Governo autóctone alterasse a designação, mantendo a matriz (Kwanza).
Assim, surge o “Novo Kwanza” (AON), que vigora entre 1990 e 1995, criado pela Lei nº 12/90 de 22 de Setembro. Apesar da igualdade em relação ao Kwanza anterior, os angolanos só puderam trocar cerca de 5% das notas antigas pelas novas. As restantes teriam que ser trocadas por títulos do Governo.
Nem mesmo o “Novo Kwanza” respondeu aos anseios económicos e cambiais do Governo, levantados em 1995. Assim, é introduzido, no mercado nacional, o Kwanza Reajustado (AOR) que circulou entre 1995 e 1999.
No processo de troca do Novo Kwanza para Kwanza Reajustado, o Governo de Angola evitou a emissão de moedas. Quer uma quer outra cédula traziam o nome da moeda em papel a vermelho, na vertical, numa zona branca, para a nova da antiga.
Tal como o Novo Kwanza, o Kwanza Reajustado, iniciativa do Banco Nacional de Angola (BNA), também fracassou. A taxa de câmbio para o Kwanza Reajustado, na época, era de 1000 para 1 e era evidente que o valor da moeda nacional era pequeno.
Com o insucesso do Kwanza Reajustado, lançado a 03 de Julho de 1995, o BNA viu-se forçado a alterar a unidade monetária, trazendo de volta ao mercado o Kwanza (AOA), que está em circulação desde Dezembro 1999 até ao momento.
O Kwanza Reajustado coabitou com o Kwanza até 01 de Setembro de 2000. Este, ao ser lançado em circulação, em 1999,registou uma ligeira inflação, mas depois estabilizou-se.
Na altura, o director Nacional de Emissão e Créditos do BNA (BNA), Jorge Leão Peres, justificou a substituição para o Kwanza, dizendo que a “corrosão do poder aquisitivo da moeda levou a necessidade de se fazer um novo reajustamento monetário, de forma a adequar as notas em circulação ao volume de transacções que se realizam”.
“Anteriormente, falava-se em biliões, mas em termos reais nada representava, e isto passou a constituir dificuldades no processo contabilístico das empresas. Daí a necessidade do reajuste, que consistiu no corte dos seis zeros, por formas a adequar a moeda ao volume de transacções”, explicou”.
Os detentores de notas de Kwanza Reajustados, depois de sua substituição, poderiam trocá-las apenas nos balcões do BNA das províncias de Luanda, Cabinda, Huíla e Benguela, num período de cinco anos.
Depois do ressurgimento a 18 de Fevereiro de 2000, o Kwanza registou momentos de estabilidade, pois a economia angolana evidenciou um ritmo notável de crescimento, sobretudo, desde 2002, ano em que o país conquistou a paz e obteve financiamentos para sua reconstrução.
Esse crescimento proporcionou um ambiente para a introdução de uma nova família do Kwanza, em 2013. Numa primeira fase (18 de Fevereiro), o BNA disponibilizou à sociedade as moedas metálicas de 50 cêntimos, 1Kz, 5Kz e 10 Kz. Depois, de 22 de Março a Junho de 2013, foram colocadas as notas de valor facial de 50,100, 200, 500, 1000, 2000 e 5000 Kwanzas.
A série de notas em uso, actualmente, entrou em circulação desde Julho de 2020. A nota de 200 kwanzas (Kz) circula desde 30 Julho, Kz 500, a 17 de Setembro, Kz 1000, 1 de Outubro, e a nota de 2000 a 11 de Novembro de 2020.
A cédula de 5000 kwanzas foi a última a entrar em circulação, em Janeiro de 2021.
O governador do BNA, José de Lima Massano, justificou, na época, que além do crescimento da actividade comercial, que levava a uma maior circulação do Kwanza e seu desgaste, a moeda já circulava há mais de 14 anos e havia deixado de ter as suas características alinhadas aos modernos padrões de segurança.
Estabilidade actual do Kwanza
Desde a troca da moeda até os dias que correm, muitas têm sido as vicissitudes da moeda nacional (Kwanza) face a outras mais fortes, mas hoje, goza de alguma estabilidade cambial.
Por exemplo, hoje, para comprar um (1) Euro são necessários Kz 540 e Kz 503 para adquirir um (1), moedas consideradas fortes. O mercado cambial nos últimos tem registado uma estabilidade no comércio dessas moedas.
Sobre a presente estabilidade do Kwanza (Kz), o Banco Nacional de Angola (BNA) tem vindo a adoptar várias políticas como o sistema de “Câmbio flutuante”, a vigorar desde 2018, em que o mercado fixa os valores das taxas de câmbio.
Entretanto, a subida “surpreendente” do preço do barril de petróleo, que atingiu valores acima de USD 125, em 2022, influenciada pelo conflito Rússia/Ucrânia, é apontada como principal factor, pois permitiu ao Estado arrecadar, em receitas petrolíferas, 7,07 biliões de kwanzas, mais de 69% do total das receitas fiscais do país.
Elementos de segurança
Segundo o BNA, a família do Kwanza em circulação apresenta melhorias significativas em termos de segurança, colocando-a dentro dos actuais padrões internacionais e reforçando o sentido de valorização da moeda nacional.
Entre os vários elementos de segurança das notas destacam-se a visível à vista desaparelhada, tais como a textura em alto-relevo, a marca de água, o filete metálico, a faixa de remoção da cor (HMC) e a qualidade do papel.
Os visíveis, com equipamentos especiais, são nomeadamente a reacção à luz ultravioleta, a reacção ao infravermelho e a ampliação aos micros textos.
Já a nova família ou série do Kwanza traz muita novidade e uma delas é o facto de ser feita de plástico, com excepção da nota de 5000 que é de algodão.
Os bancos estão envolvidos no processo de medidas de segurança porque as máquinas estão ajustadas ao novo material da moeda.
À semelhança dos outros kwanzas, o actual traz elementos da cultura nacional como a Efígie do primeiro Presidente da República, Dr. António Agostinho Neto, Pedras Negras de Pungu A Ndongo (Malanje), Fenda da Tundavala (Huíla), Morro Luvili (Huambo), Kissanje (instrumento musical), Serra da Leba (Namibe), Omakola (instrumento musical), Kulumbimbi – Ruínas da Antiga Catedral (Zaire) e Máscara Bakama (artefacto tradicional).